A cultura da vinha para a produção de vinhos apresenta uma expressão muito particular em função da irrigação. A rega é necessária para obter boas produções, embora deva ser “moderada” para evitar que o ”excesso de irrigação” afecte negativamente a qualidade do vinho produzido. Esta afirmação, que é uma realidade na gestão da vinha deixa-nos, numa perspectiva mais científica, numa grande indefinição sobre o sentido da palavra “moderada”. Existe um bom número de trabalhos que ilustram os efeitos do défice hídrico durante as diferentes fases do ciclo anual da vinha, e as suas repercussões na produção, no crescimento vegetativo e na composição do mosto (Matthews, et al., 1987 e 1990; Matthews et Anderson, 1988 e 1989; McCarthy, 1997 e 2000) e que Goodwin (2002) sintetiza num trabalho de revisão. Além de contribuírem com informação científica pertinente, estes trabalhos evidenciam o possível interesse prático que pode ter a aplicação de stress moderado em certos momentos do ciclo anual. Com este objectivo diferentes estratégias de irrigação foram propostas, sendo de destacar nomeadamente: “Regulated Deficit Irrigation” (RDI) Chalmers et al., 1981; Mitchell et al., 1984), “Sustained Deficit Irrigation” (SDI) (Girona et al., 2002a) e “Partial Rootzone Drying” (PRD) (Loveys et al., 2000). Em todas estas estratégias pretende-se genericamente reduzir o crescimento vegetativo, melhorar a produção, melhorar a qualidade do mosto obtido e diminuir o custo da irrigação. No presente trabalho faz-se uma revisão da informação disponível sobre PDR, e uma análise dos possíveis factores envolvidos nas respostas obtidas.
Documentos anexados