O ano vitícola de 2013-2014 caracterizou-se por ser um ano atípico em termos climáticos. Destacam-se a ocorrência de elevados valores de precipitação, em especial nos meses de janeiro, fevereiro, julho e setembro, e a grande instabilidade climática verificada no período de verão, com a ocorrência de trovoadas durante os meses de junho e julho. Apesar de a evolução da temperatura não ter tido um comportamento constante ao longo do tempo, destaca-se em especial o mês de janeiro, que foi mais quente e o de agosto que foi mais fresco. As condições climáticas verificadas ao longo da primavera e do verão terão estado na origem de uma maior pressão de doenças criptogâmicas da videira (míldio, oídio e podridão), em especial na sub-região do Baixo Corgo, e de traça da uva em especial no Cima Corgo, obrigando à realização de um maior número de intervenções fitossanitárias na vinha. 
 
Consequência da evolução das condições climáticas, os controlos de maturação da uva efectuados até início de setembro indicavam um avanço de cerca de duas semanas na fenologia da videira, com as uvas a apresentarem bons níveis de açúcar, acidez e compostos fenólicos, o que levou a que a vindima se iniciasse, na sua maioria, a partir da primeira semana de setembro. Contudo, a precipitação registada a partir de meados de setembro acabou por provocar uma diminuição do teor de álcool provável e por condicionar a recolha das uvas, prolongando-se a vindima até início de outubro.
 
Relativamente à quantidade de uvas recolhidas, o ano de 2014 caracterizou-se por uma grande heterogeneidade de situações, quer seja entre sub-regiões, quer entre cotas, fruto do impacto das condições climáticas no vingamento e do impacto de doenças e pragas. Assim, em 2014, espera-se uma quebra de produção na ordem dos 10%, isto é, a situar-se dentro do intervalo indicado pela ADVID na previsão efectuada em Julho de 2014 (221 a 235 mil pipas). 
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