O manejo do dossel vegetativo tem por finalidade melhorar a distribuição dos ramos e folhas para favorecer a captação da radiação solar, diminuir o sombreamento no interior da copa e evitar a formação de microclima favorável ao desenvolvimento de doenças. O equilíbrio entre a área foliar e a produção beneficia o desenvolvimento das plantas e a composição da uva. Estes estudos ainda são escassos nas regiões vitivinícolas do Brasil. O objectivo deste trabalho foi avaliar o efeito do manejo da área foliar sobre a composição da uva e a qualidade sensorial de vinhos da variedade Merlot produzidos em São Joaquim, SC. Foram avaliadas as plantas de um vinhedo comercial, implantado em 2002, conduzido em sistema espaldeira, a ua altitude de 1.293m, durante os ciclos 2005/2006 e 2006/2007. Os tratamentos de área foliar foram realizados a partir do desponte dos ramos, mantendo 12, 16, 20 folhas e sem desponte dos ramos, com a remoção de todas as brotações lateriais (feminelas). O tratamento testemunha não recebeu manipulação do dossel vegetativo. A área foliar foi estimada a partir da superfície de cada folha utilizando um modelo direto e não destrutivo. A maturação foi monitorada avaliando o teor de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e o pH, a partir da mudança de cor das bagas. Amostras de 20kg de uvas foram microvinificadas, sendo a análise sensorial dos vinhos realizada por julgadores experientes. Os resultados do acúmulo de açúcares, da acidez total e do pH nas bagas não permitiram definir os melhores tratramentos de área foliar. Os aromas vegetais e frutados foram os atributos sensoriais que melhor destacaram as diferenças entre os tratamentos. O manejo da área foliar favoreceu a redução da intensidade de aromas vegetais nos vinhos Merlot, produzidos em São Joaquim. Neste estudom o nível intermediário de área foliar (16F – 2,3 m2/kg) foi a intensidade de manejo mais adequada para a avaliação da qualidade sensorial dos vinhos. Palavras-chave: videira, evolução da maturação, manejo do dossel, desponte dos ramos, análise sensorial. Artigo publicado na revista Ciência e Técnica Vitivinícola, Volume 26, Nº1, 2011, editada pelo Instituto Nacional de Recursos Biológicos, IP, INIA – Ex – Estação Vitivinícola Nacional. 1 Dpto de Fitotecnia, CCA, Universidade Federal de Santa Catarina, Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis, SC, Brasil, CEP: 88040-900. E-mail: mborghezan@hotmail.com
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