Vários estudos de âmbito ecológico usando métodos de identificação molecular relatam uma grande diversidade de padrões genéticos na flora de fermentação enológica. Numa certa região as estirpes S. cerevisiae estão largamente distribuídas [16-19] e podem ser encontradas em anos consecutivos [20-21] e há ainda estirpes predominantes na flora de fermentação [2,22] o que apoia a ideia que estirpes específicas estão associadas ao conceito de “terroir”. Algumas leveduras de arranque “starters” são hoje largamente utilizadas uma vez que possuem boas capacidades fermentativas e enológicas, contribuindo para a padronização do processo de fermentação e aumento da qualidade do vinho. Nos anos a seguir à publicação da sequência do genoma S. cerevisiae [23] foram demonstradas substanciais diferenças genéticas entre as estirpes de leveduras [24-26]. Por isso, a exploração da biodiversidade das estirpes de fermentação indígenas pode dar um importante contributo para a percepção e selecção de estirpes com fenótipos específicos. O objectivo do presente trabalho é determinar a biodiversidade da flora de fermentação nas vinhas da Região de Vinho Verde, no sentido de definir estratégias em futuros programas de selecção de estirpes. Outro objectivo é definir uma colecção de estirpes que possa contribuir para a preservação dos recursos genéticos de S. cerevisiae.
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