As alterações climáticas e a crise vitivinícola actual impõem uma adaptação evolutiva das técnicas culturais nas vinhas mediterrâneas. O aumento da temperatura média, acompanhado de um crescimento significativo da evapotranspiração, originam uma seca crescente durante o ciclo vegetativo da videira, induzida por um balanço hídrico forte e desde cedo deficitário. Os viticultores enfrentam cada vez mais o dilema de aceitar as consequências de restrições hídricas severas ou utilizar a irrigação para evitar os graves problemas de diminuição de rendimentos e de qualidade da vindima. Com os conhecimentos científicos desenvolvidos principalmente nos últimos 15 anos, é actualmente possível indicar aos viticultores, modelos de rega apoiados no controlo do estado hídrico, elemento explicativo fundamental do funcionamento fisiológico da casta, tendo em conta os objectivos de produção (rendimentos, qualidade, perfil do vinho, etc.). Esta visão, utilizada cada vez mais em países onde a rega é uma técnica imprescindível para a viticultura, começa a ser uma exigência tangível de uma importante parte do sector vitícola europeu. Este artigo apresenta informação sobre os efeitos de diferentes níveis de restrição hídrica no rendimento e na qualidade de uvas e vinhos, descreve um modelo geral óptimo para a videira em função do seu estado fenológico, propõe diferentes estratégias de rega em função dos objectivos da vinha, e dá exemplos práticos em vinhas de diferentes países vitivinícolas.
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